Na história destes quase 2.000 anos da igreja têm-se destacado verdadeiros gigantes na vida de oração que exemplificaram para nós a verdade que “a igreja marcha de joelhos”. Do apóstolo Tiago, irmão de Jesus, foi dito que tinha “joelho de camelo” de tanto que se ajoelhava diante de Deus para interceder pela igreja. O amado Paulo de Tarso, que nos mandou orar sem cessar (1 Ts 5,17), fez uma das mais lindas orações que estão na Bíblia (Ef. 3.14-21) e que até hoje nos edifica tremendamente. Entre os irmãos e irmãs que Deus levantou durante e após a Reforma da Igreja (a partir do século 16), não podemos deixar de mencionar o ex-monge Martinho Lutero que, entre outras coisas, disse: “Tenho tanto trabalho a realizar que duas horas por dia de oração tornam-se poucas”. E muitas vezes ficava quase quatro horas diárias na presença de Deus.
John Hyde foi chamado “o homem que orava” de tanto que ficava na presença de Deus. Sua vida causou um grande impacto quando foi missionário na Índia e levou milhares a Cristo. Diz-se que todos os dias dizia: “Senhor, dá-me almas senão eu morro”. Chorava e agonizava tanto na presença de Deus que várias vezes recebeu conselho de alguns irmãos que parasse um pouco. Um fato impressionante de sua vida, que foi atestado cientificamente, é que seu coração até mesmo mudou de posição dentro de seu corpo por tanto clamor! Madame Jeanne de Guyon, uma francesa que foi presa por sua devoção somente a Jesus, deixou-nos livros impactantes como “Experimentando as Profundezas de Cristo” que até hoje sacodem corações. O Irmão Lourenço, também francês, que era um simples auxiliar de cozinha num convento, dizia: “Senhor, santifica-me enquanto faço refeições e lavo pratos. Os momentos de trabalho não me são diferentes dos momentos de oração, e em meio ao barulho da minha cozinha, enquanto várias pessoas pedem coisas diferentes, eu possuo Deus em grande tranqüilidade como se estivesse ajoelhado em Sua presença”. Sua ênfase era a que devemos nos colocar na presença de Deus continuamente, formando o hábito de conversar continuamente com Ele e depender Dele em tudo o que fazemos, aplicando toda a diligência no início e, depois de alguma prática, Seu amor em nosso interior nos chamará sempre à Sua presença. O irmão Rees Howells participou tão intensamente, junto com seus companheiros, de orações intensas pelo seu país (Inglaterra) e o mundo durante a segunda guerra mundial, que foi chamado “o intercessor”. Graças às suas súplicas, dia e noite, por longos períodos, a Inglaterra foi poupada de severos bombardeios que poderiam ter causado a derrota de seu país. É dito deste irmão que, enquanto orava pelas viúvas da Índia, o Senhor lhe pediu que jejuasse um dia sim e um dia não comendo as mesmas porções que elas comiam: apenas uma tigela de arroz e água. Em pouco tempo ouviu-se que o governo estava dando a elas uma porção maior de alimento.
Poderíamos continuar com esta lista citando muitos outros irmãos que nos deram exemplos tremendos desta vida “oculta em Cristo”. Que todos estes testemunhos possam nos estimular a ficar muito mais tempo na presença do Senhor.