Ao nascermos de novo somos introduzidos num reino de amor, que confere a cada um de nós uma marca inconfundível: o amor e o louvor.
Marcos 7:6-13
Introdução
As Escrituras ensinam que adoração é algo extremamente importante para Deus. Adoração é a vida e o idioma do reino de Deus (João 4:23).
Ao nascermos de novo somos introduzidos num reino de amor, que confere a cada um de nós uma marca inconfundível: o amor e o louvor. (Colossenses 3:14-16)
Que maravilhoso é quando se vive a vida cristã nessa dimensão! Que tremendo é quando uma comunidade, uma família, um cristão tem essa experiência! Com certeza o testemunho cristão torna-se incontestável e a decisão por Cristo, por parte dos incrédulos algo irresistível.
O Senhor nos tem chamado para essa realidade de vida.
Entretanto, nos deparamos com um contexto histórico que nos remete a um sistema evangélico religioso que torna inviável a vida cristã autêntica. É nesse ponto que se confunde tradição com adoração.
Por falta de experiência real com o Senhor “fabricamos” uma conversão e passamos a agir apenas esteticamente como cristãos. Nosso louvor nas reuniões segue o mesmo caminho. Fazemos tudo repetida e mecanicamente sem o vigor espiritual da igreja de Atos, cujo louvor resultava na conversão de muitos (Atos 2:47).
Conseqüências de Uma Vida Religiosa (Marcos 7:6-13)
· Culto de lábios ( v. 6)
· Coração distante (v. 6)
· Culto vão (v. 7)
· Ensino de homens
· Abandono dos mandamentos (v. 8)
· Rejeição dos mandamentos (v. 9)
· Invalidação da Palavra (v. 13)
Adoração, Plano de Deus Para as Nações
“E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do cordeiro dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, ó Senhor Deus Todo-Poderoso; justos e verdadeiros sãos os teus caminhos, ó Rei dos séculos” (Apocalipse 15:3).
Deus criou o homem com um propósito definido: “… esse povo que formei para mim, para que publicasse o meu louvor” (Isaías 32:21). Devemos rejeitar todo tipo de religiosidade e nos dedicar integralmente a uma vida de adoração ao Senhor. Mas o que é adoração?
Adoração é Culto Ao Senhor (Exclusividade)
“Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás” (Mateus 4:10). Jesus fora tentado pelo diabo no deserto. Usando a própria Palavra de Deus o diabo procurava desviar o Senhor do propósito divino. Numa última tentativa frustrada ouviu de Jesus a resposta registrada no versículo 10. Na versão da Bíblia corrigida aparece a expressão: “… só a Ele darás Culto”.
Temos então na Bíblia a definição de adoração: “adorar é dar culto a Deus”. Culto é o resultado de atenção total e concentrada em alguém ou em algo. Culto a Deus é devoção exclusiva a Ele. Todo objeto de culto tende a ocupar a mente, pensamento e sentimentos do cultuador. Tende também a influenciar as atividades e ações deste.
A figura de duas pessoas apaixonadas ilustra bem o que é culto. Quando se está apaixonado, mal se vê a hora de telefonar, de encontrar-se com a pessoa amada, de ouvir a sua voz, de segurar a sua mão. O coração dispara quando se ouve a voz dele/dela ao telefone. Pois bem, quando estamos apaixonados pelo Senhor, mal vemos a hora de “telefonar” para Ele, de encontrarmo-nos com Ele, de ouvir Sua voz., de segurar Sua mão. “A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta” (Salmos 63:8). O coração dispara quando ouvimos Sua voz. “A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade” (Salmos 29:4).
O verdadeiro adorador sabe o que é culto a Deus porque tem um coração apaixonado pelo Senhor: “Amo ao Senhor, porque Ele ouve a minha voz e a minha súplica” (Salmos 116:1). O verdadeiro adorador sabe que não existe hora marcada para cultuar a Deus. Todo tempo é tempo de louvá-lo: “Bendirei ao Senhor em todo tempo: o seu louvor estará continuamente em minha boca” (Salmos 34:1)”Sete vezes no dia te louvo pelas justas ordenanças” (Salmos 119:164).
Adoração é Holocausto Ao Senhor (Totalidade)
Aos cem anos Abraão tornou-se pai, um tremendo milagre! Mal tivera tempo para “curtir seu filho, e logo recebera uma estranha ordem: “Oferece-o em holocausto…” (Gênesis 22:2). Abraão não questionou a ordem, antes, pelo contrário, obedeceu. Ele sabia do que se tratava: “…havendo adorado tornaremos para junto de vós” (Gênesis 22:5).
No Velho Testamento, o holocausto se distinguia como único sacrifício no qual um animal era totalmente queimado no altar. Tudo era consagrado ao Senhor: “Dá ordem a Arão e a seus filhos dizendo: Esta é a lei do holocausto, o holocausto ficará a noite toda, até pela manhã, sobre a lareira do aliar, e nela se conservará aceso o fogo do altar” (Levítico 6:9). Outra característica do holocausto é que era uma oferta voluntária: “Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá ele um macho sem defeito; isto é, à porta da tenda da revelação o oferecerá, para que ache favor perante o senhor” Levítico 1:3).
Era exatamente o que o Senhor queria de Abraão. A consagração de Isaque de forma total e voluntária. Foi uma prova difícil…, contudo lá foi Abraão com seu Isaque a quem amava, para oferecê-lo sobre o altar do Senhor. Depois de tudo pronto, no momento em que ia imolar seu filho, Abraão ouviu o anjo bradando dos céus, ordenando que não ferisse a Isaque (Gênesis 22:10-12). Abraão havia passado no teste. Aleluia!
A experiência de Abraão nos ensina que para Deus ser glorificado, tem que haver holocausto e para isso tem que haver sacrifício e, portanto, tem que haver morte. Não há adoração sem holocausto, não há holocausto sem sacrifício, logo não há sacrifício sem morte.
Adoração, Holocausto, Sacrifício e Morte
Embora seja em parte uma experiência dolorosa, existe uma compensação extremamente gloriosa. Abraão jamais imaginaria que seu ato de adoração resultaria em beneficio a favor de Israel: “… a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos” (Gênesis 22:17). Ao longo dos séculos, o povo judeu tem sido preservado pelo Senhor. Além disso, o maior benefício repousou sobre a humanidade, mais precisamente sobre as famílias da terra. Jesus é a semente de Abraão que abençoa todos os homens. “E em tua semente serão benditas todas nações da terra…” (Gênesis 22: 18) “Para que aos gentios viesse a bênção de Abraão a Jesus Cristo, afim de que nós recebêssemos pela fé a promessa do Espírito” (Gálatas 3:14).
O apóstolo Paulo ensina, enfatizando o holocausto como um estilo de vida cristã. Este é o modelo de adorador que devemos ser (Romanos 12:1).
Adoração é uma linguagem de amor.
Davi sempre expressou a Deus o seu amor (Salmos 18:1). A relação que Davi tinha com o Senhor, era baseada num profundo amor. Não é por menos que ele teve o privilégio de ser chamado “o homem segundo o coração de Deus”. “E tendo deposto a ele, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também dando testemunho disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade” (Atos 13:22)
Davi jamais seria o adorador que foi, se não tivesse um coração carregado do amor de Deus. “Todo adorador é um depositário do amor divino”. Quem adora a Deus o faz porque O ama. Deus é a razão da vida do adorador. Davi tornou-se conhecido como um homem que, também, amava as pessoas. A Bíblia registra sua experiência nesse sentido em relação a Jônatas (I Samuel 18:1). Davi era amado por todo Israel e Judá (I Samuel 18:16)
Conclusão
Vida de adoração implica numa relação de profundo amor ao Senhor e ao próximo (I João 4:20). Todo adorador é um canal do amor divino. Sobre o adorador repousa uma unção de amor e onde ele está o ambiente é contagiado. Assim é no lar, no ambiente de trabalho, no grupo familiar, na congregação e em todo lugar: “Graças porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e por meio de nós difunde em todo lugar o cheiro do seu conhecimento.” (I Coríntios 2:14)
Esta é a razão pela qual Deus procura verdadeiros adoradores (proskineo) (João 4:23). Deus procura homens por meio dos quais Seu amor e a Sua glória fluirão abençoando, curando e enchendo a terra.
Sejamos a resposta para essa procura de Deus!