Autora: Marília de Camargo César
Editora Mundo Cristão
Quando a fé se deixa manipular, pessoas viram presas fáceis de toda sorte de abuso. A confiança autêntica e sincera em Deus é gradualmente substituída pela submissão acrítica aos desmandos de lideranças despreparadas.
Carentes de acolhimento são habilmente capturados pela manipulação emocional de líderes medíocres de plantão e ambos seguem de braços dados experimentando religiosidade fútil e meritória, barganhando a todo momento com Deus.
Por ser uma religiosidade descaracterizada da adoração sincera, mais cedo ou mais tarde o castelo de cartas desmorona deixando feridas abertas pelo caminho.
É esta relação doentia que a jornalista Marília Camargo desvenda em seu primeiro livro. Uma reportagem que avança pelos meandros da igreja evangélica brasileira liderada em boa medida por pessoas embevecidas pelo próprio poder de manipular e escravizar aqueles pelos quais Cristo morreu.
Ao lidar com feridas não cicatrizadas, em seu debut literário, Marília revela a urgência de um novo tipo de liderança, não autocrática, e de um novo membro, mais confiante em Deus e menos dependente do pastor local, a fim de que o espaço da igreja seja saudável, criativo e curador.
Feridos em nome de Deus é leitura obrigatória para quem anseia por um cristianismo saudável e libertador. Uma denúncia do falso evangelho pregado por falsos cristãos; um sopro dos bons ventos da graça de Deus, que definitivamente precisa triunfar entre nós.
Assista vídeo com a autora. Clique aqui.
Acesse o blog da autora: www.feridosemnomededeus.com.br.
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Opinião do Pastor e Escritor João de Souza Filho
Escrito numa linguagem jornalística – Marília de Camargo César é jornalista – este livro retrata e expõe a cara de uma parte da igreja brasileira. Marília entrevistou as pessoas feridas, conversou com pastores de várias localidades sobre o tema, psicólogos, psiquiatras e terapeutas e faz uma abordagem muito boa do que está acontecendo em muitas igrejas neopentecostais. E não apenas entre as novas igrejas, mas também em algumas igrejas históricas.
E quem não foi ferido em nome de Deus? Minha esposa e eu conversávamos sobre nosso tempo de jovens recém-casados. Trabalhávamos para Deus e éramos explorados ganhando apenas o salário mínimo da época. Nossos colegas passavam fome e dificuldades para dar de comer aos seus filhinhos, enquanto nosso líder vivia nababescamente. Foi o tempo da inocência ministerial, da virgindade espiritual, da pureza em que vivíamos sem perceber que em nome de Deus éramos explorados.
Um livro que recomendo a todos, porque é um alerta aos crentes contra o autoritarismo dos pastores que se utilizam do chavão de que são “ungidos” de Deus e de discipuladores que reivindicando sua autoridade espiritual machucam vidas.
Um alerta contra os profetas que usam de sua espiritualidade para lançar suas vítimas no hades aqui da terra.
No capítulo nove a autora se saiu muito bem ao comparar as declarações de Freud – que era contra a religião, um ateu – à luz dos acontecimentos marcantes do neopentecostalismo.
“O pastor profetizou que no ano que vem a igreja terá dez mil membros. Se ela atingir apenas mil, é porque há pecado no meio do povo. Quando essa oferta de sucesso total não se cumpre, o líder culpa os fiéis por rebelião…”
A autora faz uma análise do abuso de autoridade dos pastores, consultando mestres e doutores em psiquiatria e profissionais do ramo.
Se você quiser saber o que é abuso espiritual, não pode deixar de ler.