Não suporto ler nem ouvir comentários a respeito da corrupção que grassa no meio evangélico. Quase adoeço. Chego a ficar com vontade de me afastar de tudo, de viver a vida cristã num mosteiro; de isolar-me da própria sociedade, de viver em completa reclusão. Essa é a tendência de um profeta.
Você, leitor, que acompanha meus textos sabe que me refiro a cantores, pregadores e políticos evangélicos que não honram o nome de Cristo. E, quando vejo os cantores e pregadores cobrando altas somas em dinheiro fico a imaginar o que teria acontecido a essa gente se vivessem no tempo do Antigo Testamento ou no primeiro século da igreja.
As cifras são sempre muito altas! Os investimentos em negócios imobiliários que essa gente faz são de cifras astronômicas.
Depois de quarenta e sete anos de ministério, tenho onde morar (uma casa financiada a longo prazo) e um carro para me deslocar, mas tenho também a tendência de comparar o que amealhei com esses cantores e pregadores que em poucos anos amealharam fortunas; que possuem vários apartamentos de cobertura, que construíram casas enormes e, repetir a experiência de Asafe no Salmo 73 que questionou a Deus a respeito da prosperidade dos ímpios e o sofrimento dos justos – sim, porque quem lucra acintosamente com os dons ministeriais é Balaão movido a ganância, ímpio, que para ganhar mais dinheiro se vendeu a Balaque e ensinou o rei a armar ciladas contra o povo de Israel.
O Asafe da Bíblia quase pecou quando questionou a Deus a este respeito!
Não estou me referindo aos tele-evangelistas que precisam se deslocar em avião particular ou alugado para atender seus compromissos, porque não podem depender dos atrasos dos aeroportos brasileiros, mas me refiro a todos os que se utilizam do ministério para auferir lucros pessoais e não para o reino!
Ah! Aqui está a palavra que procurava: Cilada! Sim, tais cantores e pregadores armam ciladas para o povo de Deus! Ouvi de pregadores que ficam no hotel e só vão para a conferência se o dinheiro estiver depositado em sua conta bancária. É exigência deles! Ouvi de cantoras e cantores famosos que se recusam cantar mais que o número de cânticos estipulados em contrato. São pessoas que armam ciladas para o povo de Deus!
Por que me refiro a ciladas? Porque com seu comportamento mundano e ímpio – ímpio aqui no sentido de impiedade e de injustiça social – tais cantores e pregadores levam os crentes a caírem nas ciladas do diabo. São irmãos e irmãs sutilmente desviados do propósito de Deus, que ao longo de suas experiências passam a desacreditar em tudo o que é religioso até mesmo em Deus! Passam a desacreditar na Fé – como se crer e ter fé fossem coisas diferentes e não são – e pelas ciladas que lhe são armadas trazem sobre si o justo juízo de Deus.
O que é preparar ciladas para o povo de Deus? Judas ao tratar deste tema fala de Caim, de Balaão e de Corá, que “movidos de ganância, se precipitaram no erro”. Caim representa os que sabem o que é certo e errado, mas optam pelo errado. Esses cantores e pregadores conhecem os princípios do reino de Deus, mas optam por pecar continuamente. Judas fala de Balaão que ganancioso aceitou amaldiçoar o povo de Deus e fala de Corá, da tribo de Levi que queria ocupar o lugar de Moisés e de Arão nos assuntos espirituais da nação de Israel. Os três são tidos nas Escrituras por rebeldes. Veja meu artigo, os três pecados da liderança.
E, pastores que anelam tirar boas ofertas, e obter lucro com suas conferências e, para tanto precisam trazer cantores renomados e pregadores sapatinhos de fogo, submetem seus rebanhos a esses lobos vorazes que armam ciladas e devoram os incautos membros de suas igrejas. O que acrescenta Judas?
“Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre” (Jd 12-13).
Preciso dizer mais ou Judas falou no primeiro século por todos nós?
Quando o coração dos pregadores e cantores se inclina para o dinheiro e para o lucro pessoal é porque se venderam para o mal!
E os conselhos de pastores perceberam que o governo tem dinheiro para patrocinar shows evangélicos e se utilizam desse expediente legítimo da cultura brasileira para enriquecer – com altas somas – e viciar no dinheiro cantores e pregadores que estipulam altas somas para comparecer nas festas municipais! Cantor que sobe em palco para ganhar dinheiro do governo não é digno de subir em púlpitos da igreja de Cristo!
Você, leitor, já parou para refletir o que Deus pensa dessa gente? O que Deus pensa desses pastores, cantores e pregadores que lucram com os dons de Deus? E dizer que as pessoas continuam gastando dinheiro para pagar shows de cantores gospel! Quanto a mim, faz tempo que não participo de shows.
Prefiro o altar ao palco. O palco enriquece. O altar enobrece.
Essa palavra é profética, pois percebo que é a voz do Espírito Santo que está indignado com essa apostasia da verdadeira essência do viver cristão, pervertida pela lama da avareza.O Evangelho nos ensina a ter o necessário – O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DÁ “HOJE”. Não enfatiza o extraordinário ou a avidez por bens materiais – “NÃO AJUNTEIS TESOUROS NA TERRA…” Ele nos convoca, sobretudo, a ser solidário e a compartilhar – SOCORRER UNS AOS OUTROS. Dessa forma nos tornamos pessoas melhores e mais felizes, pois juntamos tesouros incorruptíveis, para a eternidade. ESSA É A VERDADEIRA PROSPERIDADE.
É lamentavel quanto o fermento prometeico da:comodidade,conforto e bem estar da “Modernidade” tem contagiado a Igreja levando num rítimo só nessa celeridade das possessividades como um imperativo de “fé”no qual deve ser perseguida.Pelo que sei por experiência a salvação atua em nossa alma por desapossassão afim de comunicar o Divino em todo o modo:pensamentos,sentimentos culminado no ato de ser o que nos torna muito diferente dos fermentos da Modernidade e Pós Modernidade que no caso dessa última busca experiências multilateral(em todos lugares e em todas as coisas de todas as formas)e não somente no Senhor para resplandescer sua luz nos fazendo suas testemunhas.
Hoje vemos que a liderança nas “grandes” denominações, são brigas acirradas e disputadas com unhas e dentes e “outras” coisas que nem convém falar para não escandalizar mais ainda…recentemente uma dessas denominações sofreu uma “nova” divisão…a troco de quê??? fruto de qual tipo de esforço??? pessoas fazendo verdadeiras campanhas políticas, com todos os trunfos possíveis e impossíveis só para estar no poder…semi-deus…secretário executivo do céu…mas o salário e o prestígio, a fama, hummmm…esquecen-se de que os verdadeiros levitas nem direito á herança tinham?!