Encontrei-me andando nervosamente para lá e para cá em meu escritório. Era sábado de manhã. Tinha voltado de uma reunião matinal, convencido de que alguma coisa tinha de ser feita para aumentar a freqüência em nossa igreja. Contudo, pensava como poderia fazer alguma coisa, uma vez que meus horários já estavam preenchidos ao máximo.
Quando me ajoelhei ali naquela manhã, sentia-me totalmente sem saber o que fazer. Só me vinha ao pensamento: “Que farei?” Então a resposta me veio bem claramente: “Não vá logo fazendo alguma coisa – fique onde está!” O Salmo 40:1 veio à minha mente como um sustento da Escritura para conter-me naquele forte e impetuoso desejo de que se agitava dentro de mim, de me levantar e agir para atender aquela situação de real necessidade.
Esse Salmo, que fala profeticamente da obediência de Cristo até a morte, começa não com ação mas com espera. “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.” (40:1)
Esperar no Senhor não é uma atitude de um homem preguiçoso que se encosta numa cerca ou num poste esperando que o Senhor faça para ele os seus deveres. Esperar pacientemente no Senhor é olhar para Deus somente, quanto à solução para uma necessidade; recusar recorrer a qualquer outra fonte em busca de socorro.
Davi fez isto durante todos os anos que esperou em Deus para estabelecê-lo no trono de Israel. Davi recusou afastar a Saul de seu caminho por seus próprios recursos, embora por duas vezes o mau rei estivesse a sua mercê. Davi sabia que o afastamento de Saul era algo que devia ser deixado nas mãos de Deus.
Quanto de nossa vida de igreja hoje está prejudicado por projetos infrutíferos? Toda vez que procuramos voluntários para um ministério valioso, descobrimos que muitos não podem atender porque estão presos a atividades na realidade infrutíferas, que vem a ser não meramente sem significado, mas positivamente um empecilho.
Enquanto considerava o que o Senhor estaria procurando ensinar-me por Seu mandamento a que esperasse Nele, fiquei pasmo ao perceber que entrar em ação antes que venham ordens do
Senhor é, na verdade, rebelião. O erro vem quando agimos por nós mesmos sem primeiro ouvir o Senhor dizer: “Este é o caminho, andai Nele”. (Is. 30:21)
Abraão e Sara, como avançassem em idade sem um filho para herdar as promessas sobre que haviam apoiado toda a sua vida, acharam que simplesmente tinham que fazer alguma coisa. Deveriam ainda esperar mais? Depois de anos de infrutífera espera, só podiam concluir que Deus esperava deles a solução de seu urgente problema, segundo o costume da terra. Com a aprovação de Sara, Abraão gerou de Hagar a Ismael. Isto trouxe uma desavença em seu lar e uma dificuldade para Israel que continua até os dias de hoje.
Outro exemplo foi a desastrosa intrusão de Saul no que era oficio do sacerdote, devida a sua impaciência ante alguma coisa que achava devia ser feita logo. Havia esperado em Gilgal com seus temerosos seguidores, por sete dias. O exército dos filisteus ameaçava destruí-los. Como Samuel não chegou para oferecer os sacrifícios, os homens começaram a dispersar. Saul achou que simplesmente precisava fazer alguma coisa para congregar seu exército. Então ofereceu a oferta queimada. Ele tinha acabado de o fazer, quando Samuel chegou e o repreendeu. Este foi um dos pecados que custaram à sua família o reino. (I Sm. 13:13-14)
A vida tem muitos cantos apertados que expremem o homem de fé, de modo que ele não pode mover-se para a direita ou para a esquerda, nem pode avançar por um pouco, e não ousa voltar atrás. Este foi o aperto de Israel quando o povo estava na praia do Mar Vermelho e ouviu o ruído do exército de Faraó que vinha em pós deles. Possuídos de terror clamaram contra Moisés com pesado clamor (Ex. 14:11). Só mesmo um valoroso líder como aquele, para levantar-se e admitir que não tinha planos imediatos para lutar contra o desastre iminente. Contudo, cheio de corajosa paciência, declarou: “Não temais; estai quietos e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará: … O Senhor pelejará por vós e vos calareis” (Ex. 14:13-14). A fé foi recompensada. Eles atravessaram o Mar Vermelho, sem perigo.
Depois de ter levado meu problema ao Senhor naquele dia e de ter ouvido Sua voz quieta movendo-me a esperar pacientemente Nele, tive a encorajadora experiência de observar o Senhor vir ao encontro da minha necessidade, com a Sua própria solução.
Por: O. W. P. em The Sunday School Times